segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A Nova Ordem Mundial

Como por força de alguma lei natural, parece que em cada século surge um país com poder e vontade, ímpeto intelectual e força moral para moldar todo o sistema internacional aos seus próprios valores:

  • No século XVII, a França do cardeal Richelieu introduziu a maneira moderna de tratar as relações internacionais, baseada no estado-nação e tendo os próprios interesses nacionais como objetivo permanente;
  • No século XVIII, a Inglaterra criou o conceito de equilíbrio de poder, que dominou a diplomacia européia dos duzentos anos seguintes;
  • No século XIX, a Áustria de Matternich reconstruiu o Concerto da Europa e a Alemanha de Bismarck o demoliu, tornando a diplomacia européia o jogo a sangue frio da política de poder.

No século XX, nenhum país influenciou as relações internacionais de maneira tão forte - a ao mesmo tempo tão ambivalente - como os Estados Unidos. Nenhuma sociedade foi tão firme em não admitir intervenções nos assuntos internos de outros estados, mas sustentou com mais fervor que seus próprios valores tê aplicação universal. Nação alguma foi mais pragmática na conduta diplomática do dia-a-dia, nem mais ideológica nas convicções morais. País nenhum relutou mais em engajar-se no exterior, enquanto fez alianças e assumiu compromissos de alcance e amplitude precedentes.

[...] duas posturas contraditórias de política externa [...] servindo de farol para o resto da humanidade [...] a obrigação de promovê-los (os valores norte-americanos) no mundo inteiro."

Assim começa o livro "Diplomacia", de Henry Kissinger, segundo o ex-Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia:

"Diplomacia é um dos mais importantes estudos já publicados sobre a história internacional dos últimos séculos e irá permanecer como referência indispensável para as gerações futuras."

O livro é imperdível.

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